"As pessoas me perguntam por que eu escrevo coisas tão brutas. Gosto de dizer que tenho um coração de menino; está guardado num vidro em cima da minha escrivaninha."

(Stephen King)



sexta-feira, 18 de julho de 2014

Imperfeito



Não podemos seguir adiante
No caminho que é meu e seu, nunca nosso
A passo trôpego, em jornada errante
Deixamos de rastro o medo constante
Ao abandonarmos o sou, pensando no posso.

Somos fios soltos na malha da vida
Desfiando, desfazendo e voltando a tecer
Refeita nova/velha em trama torcida
Feia, errada, causando ferida
Nos que nada podem e só fazem crer.

Impossível fugir da história em comum
Que em rascunho mal feito foi engendrada
Pelo acaso, destino e por deus nenhum
Matamos, perdemos irmãos um-a-um
Por falsas verdades de homens, forjadas.

Se juntos não vamos, longe não somos
Quando nenhum de nós precisa ceder
Se a fé é em Um por quem criados fomos
Certos, errados, não importa em que opomos
Tolerância basta para se conviver.

No entanto suportar não parece o bastante
O mais certo seria amor e respeito
O olhar para o outro como igual, semelhante
E ainda que a compreensão me pareça distante
Entender que como ele sou falho, imperfeito.