Não podemos seguir
adiante
No caminho que é meu e
seu, nunca nosso
A passo trôpego, em jornada errante
Deixamos de rastro o
medo constante
Ao abandonarmos o sou,
pensando no posso.
Somos fios soltos na
malha da vida
Desfiando, desfazendo e
voltando a tecer
Refeita nova/velha em
trama torcida
Feia, errada, causando
ferida
Nos que nada podem e só
fazem crer.
Impossível fugir da
história em comum
Que em rascunho mal
feito foi engendrada
Pelo acaso, destino e
por deus nenhum
Matamos, perdemos
irmãos um-a-um
Por falsas verdades de
homens, forjadas.
Se juntos não vamos,
longe não somos
Quando nenhum de nós
precisa ceder
Se a fé é em Um por
quem criados fomos
Certos, errados, não
importa em que opomos
Tolerância basta para
se conviver.
No entanto suportar não
parece o bastante
O mais certo seria amor
e respeito
O olhar para o outro
como igual, semelhante
E ainda que a
compreensão me pareça distante
Entender que como ele
sou falho, imperfeito.