Mauro abriu os olhos e fitou o teto. O quarto era escuro e abafado, apenas uma luz difusa penetrava pelas frestas das janelas. O velho colchão, onde estava deitado, exalava um odor azedo e enjoativo. Não sabia como chegara ali. O pânico começou a querer dominá-lo, mas o peso à direita de seu quadril o fez sentir-se seguro. Levou a mão até o coldre e palpou a 9mm.
Sentou-se, analisando o lugar e surpreendeu-se ao notar a mulher do outro lado do quarto. Estava nua e os cabelos escuros contrastavam com a brancura de sua pele. Pareceu-lhe vagamente familiar. Quando ela se aproximou, ele soube onde já havia visto aquele rosto e porque não o reconhecera de imediato: nas fotos que vira dela, seu rosto estava transformado pela morte.