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Não
foi teu fogo,
Ou
tuas unhas a rasgar minha pele,
Nem
o trovão de tua voz em meus ouvidos.
Eu
precisava respirar.
Um
fôlego apenas.
Um
instante, e não estavas mais lá.
Já
esperava a partida, nunca desejei o retorno.
Mas
agora que teus passos voltam a ecoar pela casa,
Sinto
as mariposas baterem contra o frágil vidro em meu peito.
Não
esperaste convite, tens a chave da rua,... da sala,... do quarto,
Dos
armário onde tentamos esconder nossos trastes empoeirados.
Onde
me encontraste, afinal?
Já
que estais, fica.
Só
não me tomes pela mão, nem me toques com o olhar.
Não
tentemos ser o que jamais fomos.
Ofereço-te
a mesma valsa.
Aprendi
a dançar sobre os cacos que deixas espalhados no chão.
Corta
mais fundo, eu me encarrego de esconder as cicatrizes.
Só
sangra em mim e deixa que eu lide com a bagunça.
Pensas
que esqueci de que és dor ou morte?
Não.
Mas me ensinaste a decidir depressa.
Já
não pondero.
Eis-me,
então, agarrada a ti como nunca.
Tal
qual náufrago em desespero, arrasto nós dois para o fundo.
Sem
pausa para fôlego.
Estaremos
mortos antes que eu precise respirar de novo.
Nenhum
de nós virá à tona.
Nenhum
de nós vai embora.
Desta
vez, ninguém há de viver/morrer sozinho.
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